Atualização médica conectada

Camila Balthazar - Conectfarma Publicações Científicas

A Telemedicina vai muito além de aulas a distância. O conceito reúne videoconferências, análise de diagnósticos, segunda opinião formativa e educação continuada de profissionais de saúde.

O estudo “Telemedicine: opportunities for medical and electronic providers”, realizado pelo instituto de pesquisa britânico BBC Research em março de 2012, prevê que o mercado de Telemedicina global saltará de US$ 9,8 bilhões em 2010 para US$ 27,3 bilhões em 2016. Tais números mostram que o setor cresce a uma taxa anual de 18,6%. O neurocientista Renato Sabbatini, professor de Informática Biomédica da Universidade Estadual de Campinas, presidente do Instituto Edumed para Educação em Medicina e Saúde e diretor de Educação e Capacitação Profissional da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde, confirma essa tendência de crescimento, enfatizando que a diferença entre os termos “presencial” e “a distância” deve desaparecer. “Vai ser uma mescla. A Telemedicina é estratégica e diminui custos”, afirma.

Também conhecida como Telessaúde, a Telemedicina engloba a realização de videoconferências, a análise de diagnósticos, a segunda opinião formativa, a educação permanente e a formação continuada de profissionais e estudantes da área – e todas essas frentes utilizam as tecnologias de telecomunicação e informação como suporte. No Brasil, uma iniciativa tem chamado a atenção até mesmo de organizações internacionais. É o caso da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), uma ação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e lançada em 2006. Atualmente, já é o maior programa público de telessaúde do mundo.

A Rute integra hospitais universitários e de ensino brasileiros com o objetivo de oferecer educação a distância, fomentar a pesquisa colaborativa e garantir assistência remota. Em 2012, a iniciativa recebeu a qualificação de melhor prática de telemedicina pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). “Temos 150 hospitais participantes, dos quais 78 já estão em operação e os demais estão em fase de implantação”, relata Luiz Ary Messina, coordenador Nacional da Rute. 

Todos os dias acontecem de duas a três sessões científicas, com participação de cerca de 300 instituições, inclusive da América Latina. O projeto auxilia, ainda, a atualização dos profissionais que atuam nos municípios mais distantes do Brasil e garante assistência médica em regiões com pouca disponibilidade de médicos. “No Amazonas, Unidades Básicas de Saúde vinculadas ao Programa de Telessaúde são atendidas no interior, onde cada dia da semana há um especialista a distância para atender a população”, expõe Messina, evidenciando o caráter de inclusão da tecnologia, que também enfoca áreas com cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF).

Desafios tecnológicos

A Telemedicina já evoluiu muito e certamente crescerá mais nos próximos anos. No entanto, um dos principais obstáculos para o fortalecimento dessa tecnologia ainda é cultural. Segundo Sabattini, é necessário que os profissionais de saúde assumam o fato de que a tecnologia é companheira, e não inimiga. Outro ponto que também bloqueia a evolução da Telemedicina é a falta de Internet em regiões mais remotas, além da capacitação dos profissionais para operar a tecnologia. 

 

Anote na agenda

Congresso Internacional eSaúde e PEP 2013

 


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Nome: Dimas Caliani
Especialidade: Clínica Geral
Cidade: Martinópolis
UF: SP
O futuro chegou!
08/09/2013 às 17:26:41
Resposta
Prezado Dr. Dimas, Publicaremos seu comentário no rodapé da nossa home. Muito obrigado! Suporte Conectpac.

11/09/2013 às 10:28:13
Nome: Dlyann Swarovsky Figueira
Especialidade: Clínica Médica | Geral
Cidade: Nova Friburgo
UF: RJ
Muito bom!
16/07/2013 às 16:02:55

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